Entendendo o Socialismo
Nós, O Povo!
Sonho Morreu
por: José Jantália
Batizei-o Sonho. Nós sabemos: os cães também sonham, e muito.
Creio que o Sonho sonhava em ficar bom e em ter um lar,
ou então voltar a ter um dono (não conhecemos sua história).
A Sula, a Janete, a Eliana, o pessoal do posto e outras pessoas do Cipó, em Embu-Guaçu, prestaram os socorros ao Sonho e nos avisaram sobre mais um cão sem dono, ferido e com muito sofrimento morrendo num canto qualquer. Providenciamos o recolhimento e o atendimento do animal. O veterinário constatou um ferimento grave: uma fratura exposta. Tudo indica que o animal estava machucado já há alguns dias pois o mau cheiro da ferida indicava necrose. O cão perdera muito, muito sangue. A perna superior esquerda teve que ser amputada. Infelizmente Sonho não resistiu a cirurgia: teve parada respiratória, cardíaca e, apesar do esforço humano para que ficasse conosco, se foi.
Sonho não sonha mais, mas como pertence ao mesmo Deus que nos criou,
sei que Ele fez justiça ao Sonho e o acolheu bem.
Nós continuamos aqui na nesta terra: os problemas, o dia-a-dia, a nossa vida e muito outros casos de maus tratos e abandono farão nos esquecermos do
Sonho cuja existência, paulatinamente,
irá se mesclando com outras tantas e tantas recordações.
Mas continuaremos sonhando pelo Sonho.
E também orando a Deus para tenha piedade dos homens.
Sim: misericórdia para com uma raça humana que insiste em realizar a qualquer preço seus sonhos egoístas e que, esmagando o planeta e a vida,
transforma em pesadelo o sonho que Deus sonhou para nós. também.
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Miséria e Esporte
por: José Jantália
Estou careca de ouvir nos discursos políticos que o combate a miséria é prioritário e então ele acaba por justificar, de forma direta ou não, a ausência de investimento em outras áreas da Administração Pública. E, sob esta perigosa argumentação, o esporte muitas vezes é relegado a sei lá que plano. Como resultado, materiais públicos esportivos sucateados, atletas sem apoio governamental, e o esporte (claro, principalmente o amador) jogado às traças.
Essa falta de compromisso com políticas sérias e duradouras a favor do desporto brasileiro acaba se tornando característica de todos os níveis de governo, a não ser quando a sociedade se manifesta e exige outra postura.
Sabemos que nossos centros esportivos não são de acesso a toda a população, ou seja, não existem em número suficiente para pleno atendimento da crescente demanda. E estão, na maioria, necessitando de reformas, e com os equipamentos sucateados. A capital de São Paulo não é exceção nesta situação caótica e de deteriorização do material esportivo público. Nas escolas do governo, quando existe, há um material esportivo anacrônico e em estado lastimável. Os centros municipais e estaduais de prática esportiva gratuita estão em petição de miséria. Já os programas que o governo ocasionalmente lança duram alguns meses e tem uma ação restrita, não atingindo assim a massa.
Mas seremos sedes das Olimpíadas de 2016. E até da Copa em 2014. Até lá, haverá mudança? Haverá investimento no esporte e nos nossos atletas “patrocinados”? Até posso arriscar um sim. Mas um sim que vai até 2016, no máximo chegando em 2017. Já imagino as reportagens do Jornal Nacional com crianças treinando alguma modalidade, algumas entrevistas rápidas e no final uma menina ou menino fala que o sonho dela é um dia ir a uma olimpíada e ganhar uma medalha.
Falta mesmo é um despertar, uma conscientização maior dos prefeitos, dos governadores e do governo federal sobre a necessidade de se investir no esporte de forma compromissada, maciça e simples para o bem comum e para a criação de uma política direcionada à formação de atletas para competições municipais, intermunicipais, estaduais, nacionais e internacionais. A posição do Brasil em Olimpíadas dá o atestado da falta de investimento. E a situação dos centros esportivos, salvo raras exceções, também.
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O Tamanho de Deus
por: José Jantália
Deus é presente na nossa vida na proporção exata daquilo que permitimos. E há um método, proposto por Deus, para Ele se manifestar de forma poderosa perante o ser humano: a demonstração nítida da nossa confiança total e exclusiva Nele.
Por exemplo: o Deus de Davi venceu Golias, e o Deus de Saul não conseguiu. Claro, é o mesmo Deus, só que para um grande, real, verdadeiro. Para outro, uma referência distante e inatingível. Para um, aquele Deus invencível e que opera milagres. Para outro, um Deus desconhecido e que permite que você tenha uma vida miserável e angustiada.
A maioria das pessoas não conhece verdadeiramente a Deus. E olha que o que há de gente boa que fala que crê em Deus, é brincadeira. Diz que acredita, mas não o conhece. E, por não conhecê-lo, a pessoa possui um Deus bem pequenininho na sua vida, enquanto que a falta de solução para os seus problemas é gigantesca.
O Deus pequeno impera no nosso dia-a-dia única e exclusivamente pela nossa falta de fé.
De fato,
sem fé é impossível agradar a Deus,
porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus
creia que ele existe e que se torna galardoador
dos que o buscam.
Hebreus 11:6
Aprendemos, desde crianças, a fazer média com Deus, o que não tem nadinha a ver com fé. Por exemplo: achar que manifestar a fé é fazer o sinal da cruz quando passamos em frente a uma igreja, ou quando vamos lá (na igreja) periodicamente, ou então quando acendemos uma vela, ou quando repetimos uma reza antes de dormir, ou deixamos a tradicionalíssima bíblia aberta na sala para “santificar” o ambiente ou, o que é pior, quando mantemos (e às vezes até reverenciamos) uma estátua em algum lugar da nossa casa de alguma coisa ou de alguém que achamos que é Deus ou é ligado a Ele, ou representa Ele. Não, isto não é fé: isto é ignorância espiritual absoluta, patente e manifesta.
A fé real aflora na nossa vida na hora do vamos ver; na hora em que todos os recursos falham; no momento em que nos rendemos ao poder de Deus; quando vencemos o medo ou a vergonha de professarmos publicamente a nossa confiança no Senhor Jesus, doa a quem doer e naquela situação mais arriscada de parecermos ridículos ou birutas; quando cremos de todo o nosso entendimento e de todo nosso coração que só o Senhor Jesus salva, só Ele salva, e nenhuma outra força, entidade, crença, figura ou sei lá o que;
Davi, antes de matar Golias, bradava a vitória e glorificava a Deus perante os seus companheiros acovardados:
Então, falou Davi aos homens que estavam consigo, dizendo:
Que farão àquele homem que ferir a este filisteu e
tirar a afronta de sobre Israel?
Quem é, pois, esse incircunciso filisteu,
para afrontar os exércitos do Deus vivo?
I Samuel 17:26
E Davi não passava de um menino. Mas um menino com fé. E pela fé, venceu o medo do gigante e o matou.
O dízimo é uma manifestação de fé. A oferta que você dá na igreja cujo valor está acima da sua capacidade, mas que mesmo assim você dá com alegria, é uma manifestação de fé. O jejum é uma manifestação de fé. A oração pensada, contínua e refletida é uma manifestação de fé. Clamar a Deus é uma manifestação de fé. Se humilhar perante Deus e implorar por perdão é uma manifestação de fé. Professar a todos o nome e a palavra do Senhor Jesus é uma manifestação de fé. Só crer no Senhor Jesus e renegar tudo o que você aprendeu anteriormente é uma manifestação de fé.
Ou seja, a fé existe quando há certeza. E, na certeza, você faz o impossível, e Deus te dá o impossível, pois se trata de um Deus gigantesco e que se manifesta com poder na sua vida.
Jesus abençoe.
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Proteção e Defesa Animal
por: José Jantália
Defender animais não necessariamente significa defender os direitos dos animais.
Podemos lutar para defender os cães, zelar pela saúde dos mesmos e até impedir que sejam sacrificados pela Prefeitura de determinada cidade. Ou então, apoiamos a proibição de circos com animais.
Entretanto, não nos opomos em freqüentar uma churrascaria ou levar as crianças ao zoológico no fim de semana.
Estamos preparados para compreender que os animais têm direitos?
Para entender a diferença é preciso conhecer a cisão que ocorreu no movimento animal nos últimos anos, originando duas vertentes distintas: Bem-estarismo e Abolicionismo
O movimento Bem-estarista Animal concorda com o uso de animais pelos seres humanos desde que os meios justifiquem os fins.
Um exemplo claro da diferença entre os movimentos é o chamado "abate humanitário".
O bem-estarismo não é contrário ao uso de animais pela indústria dos alimentos. Concorda com a criação extensiva e o abate de animais, desde que, isso ocorra dentro de normas pré-estabelecidas, aumento do espaço de confinamento e abate de forma menos dolorosa possível. O bem-estarismo não se opõe às pesquisas realizadas com animais em benefício do progresso da medicina humana.
O bem-estarismo luta pela redução dos maus tratos e, se luta por jaulas vazias, acaba aceitando jaulas maiores.
Já o a Abolicionismo é o movimento que luta pelo fim da escravidão dos animais.
Para o movimento Abolicionista Animal, os bichos não são mercadorias.
O movimento Abolicionista Animal inspira-se no passado e luta para transformar o presente, restituindo aos animais o direito de serem livres, o direito de viverem sem sofrimento, o direito de serem respeitados incondicionalmente.
O movimento Abolicionista Animal parte da premissa que animais não humanos têm direitos, assim como os animais humanos.
Há quem diga que é imprescindível que todo abolicionista seja vegano, ou seja, aquele que não se alimenta de carne e nenhum derivado de origem animal (inclui-se aqui o leite e os ovos e todos os produtos que contenham esses ingredientes em sua formulação).
Vegano também não se veste com artigos de couro ou pele animal, não compra produtos que são testados em animais, e se recusa a participar de eventos que se valem da crueldade para com os animais como diversão.
É como diz Tom Regan:
"Não queremos jaulas maiores, queremos jaulas vazias."
Estabelecida a diferença entre protetor (bem-estarista) e defensor (abolicionista), coloco em debate a proposta de que há sim uma terceira postura, intermediária, mas que paulatinamente vai abandonando os conceitos do primeiro grupo a fim de migrar para a Abolição Animal. O que quero dizer é que, como exemplo, o fim da escravidão dos negros no Brasil não foi decretada de uma hora para outra e de forma abrupta. Ao contrário, as manifestações, a formação de grupos radicalmente escravocratas e de outros radicalmente abolicionistas, a criação de espaço nos veículos de imprensa da época para discussão, a Lei do Sexagenário, a Lei do Ventre Livre, e uma gama de ações constituíram um processo que, após décadas, culminou com a abolição decretada pela Princesa Isabel.
Assim, voltando à questão da liberdade dos bichos, tenho certeza que muita gente não se considera apenas bem-estarista, mas ainda não se vê plenamente integrada ao abolicionismo animal. Há hoje sim os Protetores Progressistas, que extrapolam e muito os limites do bem-estarismo, e que até pela postura menos impactante, são os relações-públicas no movimento de defesa animal.
E vejo com bons olhos este processo evolutivo que estamos vivendo, pois defendo o respeito à opinião das pessoas, e aponto que é uma questão de tempo para a sociedade, como um todo, não mais aceitar o sacrifício de cães e gatos sadios, se opor ao agronegócio, repudiar avanços da ciência conquistados à custa do sofrimento animal, e apoiar outros itens inerentes ao abolicionismo animal. Portanto, as trilhas podem ser diferentes, mas protetores e defensores devem e estão caminhando juntos para o mesmo objetivo.
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Terráqueos
O Arrebatamento
Nosso Sadismo debaixo d'água
Tendemos a não pensar nos peixes e nos animais terrestres da mesma maneira, mas a “aqüicultura” – a criação intensiva de animais marinhos confinados – é, em essência, granja industrial debaixo d’água.
Muitos dos animais marinhos que comemos, incluindo a grande maioria do salmão, vêm da aqüicultura. No início, a aqüicultura se apresentou como solução ao esgotamento das populações de peixes selvagens. Mas longe de reduzir a demanda por salmão selvagem, como alguns reivindicaram, a criação intensiva de salmão na verdade incentivou a exploração internacional e a demanda por salmão selvagem. A pesca de salmão selvagem no mundo todo subiu 27 por cento entre 1988 e 1997, exatamente quando a aqüicultura de salmão explodiu.
As questões de bem-estar animal ligadas às granjas de peixes parecerão familiares. O Handbook of Salmon Farming (Manual de criação de salmão), um manual da indústria, lista em detalhes seis “fontes principais de estresse no ambiente da aqüicultura”: “qualidade da água,” “superpopulação,” “manuseio,” “tumulto,” “nutrição,” e “hierarquia.” Para traduzir isso em linguagem simples, essas seis fontes de sofrimento para o salmão são: (1) água tão suja que fica difícil respirar; (2) superpopulação tão intensa que os animais começam a canibalizar uns aos outros; (3) manuseio tão invasivo que as conseqüências psicológicas do estresse são visíveis no dia seguinte; (4) tumulto causado pelos funcionários da granja e por animais selvagens; (5) deficiências nutricionais que enfraquecem o sistema imunológico e (6) a impossibilidade de formar uma hierarquia social estável, resultando em mais canibalização. Esses problemas são típicos. Os manuais os chamam de “componentes integrais da criação intensiva de peixes.”
Uma grande fonte de sofrimento para o salmão e outros peixes criados em sistema industrial é a presença abundante de parasitas que prosperam em água suja. Esses parasitas criam lesões abertas e às vezes comem até chegar ao osso do rosto do peixe – fenômeno tão comum que é chamado de “coroa da morte” na indústria. Um único salmão gera nuvens fervilhantes de parasitas em números trinta mil vezes maiores do que ocorrem normalmente.
Os peixes que sobrevivem nessas condições (uma taxa de morte entre dez e trinta por cento é vista como boa por muitos na indústria de salmão) vão provavelmente ser obrigados a passar fome de sete a dez dias para diminuir suas excreções enquanto são transportados até o abate, e então mortos tendo suas guelras cortadas antes de serem jogados num tanque para sangrar até morrer. Com freqüência os peixes são abatidos enquanto ainda estão conscientes, e morrem em meio a convulsões de dor. Em outros casos, podem ser atordoados antes, mas os métodos atuais de atordoamento não são confiáveis, e podem levar alguns animais a sofrer mais. Como acontece com as galinhas e os perus, nenhuma lei determina o abate humanitário dos peixes.
Então, peixes capturados na natureza seriam uma alternativa mais humanitária? Eles com certeza têm vidas melhores antes de serem pegos, já que não vivem em ambientes abarrotados e imundos. Essa é uma diferença importante. Mas considere as formas mais habituais de pescar os animais marinhos mais comumente ingeridos nos Estados Unidos: atum, camarão e salmão. Três métodos prevalecem: espinhel, rede de arrasto e rede de cercar. O espinhel parece um fio telefônico passando dentro d’água, suspenso por bóias em lugar de postes. Em intervalos regulares ao longo desse fio principal, fios menores de “ramais” são enfileirados – cada “ramal” lotado de anzóis. Agora imagine não apenas um desses espinhéis cheios de anzóis, mas dezenas ou centenas dispostos um atrás do outro por um único barco. Localizadores GPS e outros aparatos eletrônicos de comunicação são presos às bóias, de modo que os pescadores possam voltar a elas mais tarde. E, claro, não há apenas um barco dispondo espinhéis, mas dezenas, centenas ou até mesmo milhares nas maiores frotas comerciais.
Hoje os espinhéis podem chegar a 120 quilômetros – linha suficiente para cruzar o Canal da Mancha mais de três vezes. Cerca de 27 milhões de anzóis são dispostos todos os dias. E os espinhéis não matam só sua “espécie-alvo,” mas outras 145 também. Um estudo descobriu que cerca de 4,5 milhões de animais marinhos são mortos como pesca acidental na pesca com espinhéis a cada ano, incluindo 3,3 milhões de tubarões, um milhão de marlins, sessenta mil tartarugas marinhas, 75 mil albatrozes e vinte mil golfinhos e baleias.
Mas nem mesmo os espinhéis produzem a imensa pesca acidental associada à rede de arrasto. O tipo mais comum de pesca de camarão com rede de arrasto hoje varre uma área de cerca de vinte a trinta metros de largura. A rede é arrastada junto ao fundo do oceano numa velocidade de 4,5 a 6,5 quilômetros por hora, varrendo o camarão (e tudo mais) para o fundo de uma rede em formato de funil. A rede de arrasto, quase sempre no caso do camarão, é o equivalente marinho da derrubada da floresta tropical. Qualquer que seja o seu alvo, as redes de arrasto capturam peixes, tubarões, arraias, caranguejos, lulas, vieiras – em geral, cerca de cem diferentes peixes e outras espécies. Praticamente todos morrem.
Há algo bastante sinistro nesse estilo de “colher” animais marinhos roçando o fundo da terra. As operações médias de pesca com rede de arrasto jogam de oitenta a noventa por cento dos animais marinhos que captura de volta no oceano, mortos.
Estamos literalmente reduzindo a diversidade e o vigor da vida oceânica como um todo (algo que só há pouco tempo os cientistas aprenderam a medir). As técnicas modernas de pesca estão destruindo os ecossistemas que sustentam vertebrados mais complexos (como salmão e atum), deixando em sua esteira apenas as poucas espécies que conseguem sobreviver comendo plantas e plâncton, se tanto. Enquanto devoramos com gosto os nossos peixes mais desejados, que em geral são carnívoros do topo da cadeia alimentar como o atum e o salmão, eliminamos predadores e causamos um florescimento de vida curta das espécies um degrau abaixo na cadeia alimentar. A velocidade geracional do processo torna difícil ver as mudanças (você sabe que peixes os seus avós comiam?), e o fato de a pesca em si não diminuir de volume dá uma falsa impressão de sustentabilidade. Ninguém planeja a destruição, mas a economia do mercado leva de modo inevitável à instabilidade. Não estamos exatamente esvaziando os oceanos; é mais como derrubar por completo uma floresta com milhares de espécies para criar imensos campos com um único tipo de soja.
A pesca com rede de arrasto e espinhéis não é apenas preocupante em termos ecológicos; é também cruel. Nas redes de arrasto, centenas de espécies diferentes ficam amontoadas juntas, sofrem cortes dos corais, são batidas com força contra pedras – durante horas – e então tiradas de dentro d’água, o que causa dolorosa descompressão (a descompressão às vezes faz os olhos dos animais saltarem e seus órgãos internos saírem pela boca). Nos espinhéis, também, a morte que os animais encontram em geral é lenta. Alguns simplesmente ficam presos lá, e só morrem quando removidos do fio. Alguns morrem dos ferimentos causados pelo anzol em sua boca, ou tentando fugir. Alguns não conseguem escapar do ataque dos predadores.
As redes de cercar, o último método de pesca que vou discutir, são a principal tecnologia usada para capturar o número um nos Estados Unidos em termos de frutos do mar, o atum. Uma parede feita de rede é disposta em torno de um cardume do peixe-alvo, e uma vez o cardume estando cercado, o fundo da rede é franzido como se os pescadores estivessem puxando o fio de uma gigantesca bolsa. Os peixes e todas as outras criaturas das vizinhanças aprisionadas são então suspensos e levados até o convés. Peixes presos na rede podem ser lentamente dilacerados no processo. A maioria desses animais marinhos, porém, morre no próprio navio, onde sufocam lentamente ou têm as guelras cortadas enquanto ainda estão conscientes. Em alguns casos, os peixes são jogados no gelo, o que na verdade pode prolongar sua morte. De acordo com um estudo recente publicado na Applied Animal Behavior Science, os peixes morrem lenta e dolorosamente durante um período que pode chegar a catorze minutos depois de serem jogados cem por cento conscientes numa pasta de gelo (algo que acontece tanto com os peixes pescados na natureza quanto com os criados em granjas).
Será que tudo isso importa – importa a ponto de mudarmos o que comemos? Talvez tudo de que precisamos sejam melhores rótulos para podermos tomar decisões mais sensatas sobre os peixes e produtos derivados que compramos? A que conclusões os mais seletivos dos onívoros chegariam se em cada salmão que comem houvesse um rótulo dizendo que salmões com quase oitenta centímetros de comprimento criados em granjas passam a vida numa quantidade de água equivalente à que cabe numa banheira, e que os olhos dos animais sangram por causa da intensidade da poluição? E se os rótulos mencionassem as explosões de populações de parasitas, o aumento das doenças, a genética degradada e novas doenças resistentes a antibióticos que resultam da criação intensiva de peixes?
Para saber de algumas coisas, porém, não precisamos de rótulos. Embora se possa esperar, em termos realistas, que pelo menos um percentual do gado e dos porcos seja abatido com rapidez e cuidado, nenhum peixe tem uma boa morte. Nem um único. Você não precisa se perguntar se o peixe no seu prato teve que sofrer. Teve.
Quer estejamos falando de espécies de peixes, porcos, ou algum outro animal que comemos, será que esse sofrimento é a coisa mais importante do mundo? Claro que não. Mas essa não é a questão. Será que ele é mais importante do que sushi, bacon ou nuggets de frango? Essa é a questão.
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Jesus Derrotado
É fácil falarmos que temos fé em Jesus ou na obra do Espírito Santo quando estamos recebendo na nossa vida bênçãos e mais bênçãos de Deus. Temos casa para morar, nossa família está em paz, temos ou tivemos oportunidade de estudar, esbanjamos saúde, possuímos bens materiais que nos possibilitam manter um bom padrão de vida com boas roupas, boa comida, volta e meia uma viagem, algum lazer. E aí, dentro desta redoma, manifestamos a nossa fé no nosso Senhor.
Nunca tive e acho que nunca vou ter a fé do bom ladrão que estava no calvário, aquele mesmo que creu num Jesus ensangüentado, num Jesus que gemia de dor, ou seja, num Jesus aparentemente derrotado e prestes a morrer.
O comportamento do (digamos) bom ladrão foi fantástico, tão maravilhoso que o religioso de hoje não o aceita e, à revelia do que está claríssimo na palavra de Deus, repudia a salvação dada ao malfeitor diretamente pelo nosso Senhor. O incrédulo também contesta esta palavra. É isso: aquele que periodicamente vai a uma cerimônia religiosa, aquele que após sua repetitiva liturgia semanal procura se confraternizar com seus iguais (via de regra com alguma comida e conversa amistosa), aquele que segue algum ritual que lhe ensinaram como caminho de aproximação com o Criador ou com supostas forças do bem ou energias, ou aquele que se anuncia como “de bem com Deus”, ou mesmo aquele que diz que não crê em nada, estes mesmos são os que mais rechaçam a graça ofertada ao criminoso que se arrependeu.
Numa situação de extremo perigo e tensão aquele malfeitor que estava sendo castigado pelos horríveis delitos que havia cometido, publicamente tomou três atitudes, todas num momento em que tudo apontava para a vitória do mundo sobre Jesus.
Primeiro, ele repreendeu seu companheiro de crimes e pena alertando que eles estavam sendo condenados juntamente com Deus, pois quando ele usou a expressão “igual sentença”, este igual se referiu a Deus, ou seja, igual sentença àquela determinada pelos homens a Deus:
“... Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença?”
(Lucas 23:40)
Esta frase foi determinante na salvação deste homem, pois ele reconheceu a divindade do Senhor Jesus e, repito, o fez num momento em que eu, por exemplo, certamente iria fraquejar e talvez até blasfemar (como fez o outro bandido).
Em segundo lugar, ele se arrependeu:
“Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem...”
(Lucas 23:41)
Em terceiro lugar, chamando o Senhor de Rei (pois quem tem reino é rei), clamou com humildade pela salvação:
“...Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.”
(Lucas 23:42)
Assim, apesar de toda a sua vida pregressa, o ladrão arrependido e confesso manifestou a sua fé de forma correta e no momento certo, e recebeu a salvação:
“Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.”
(Lucas 23:43)
Os ateus ficam perplexos quando afirmamos que este ladrão foi absolvido sem julgamento. E os religiosos, estes mesmos que vemos por aí se mostrando piedosos e praticantes dos mais variados rituais, não aceitam que alguém que não foi à igreja, alguém que não entrou em contato com as tais forças do universo, alguém que só fez o mal seja elevado aos céus, em detrimento àquele que se considera dentro dos moldes de uma pessoa “espiritualizada” (para usarmos está expressão que está tão na moda...). Rebeldes ao verdadeiro ensinamento, se esquecem de que a palavra de Deus é clara quando nos ensina que nenhum de nós merece o perdão eterno, e que ele nos é dado como dádiva de Deus, de graça, pela misericórdia do Senhor Jesus mediante o nosso arrependimento.
Não comer isto ou aquilo em tal data, seguir preceitos e conceitos das religiões, praticar atos que passam a idéia aos outros de que uma pessoa é modelo de comportamento para a sociedade, e qualquer outra atitude humana não nos traz a salvação. Só o arrependimento sincero nos faz tomar a correta manifestação de fé, e aí Deus nos resgata deste caos para sempre.
Jesus abençoe.
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.
(Efésios 2:8,9)
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Jesus Vitorioso
Este texto é uma seqüência do anterior (Jesus Derrotado), até porque não consigo parar de refletir sobre a atitude do bom ladrão, ou melhor, do ladrão arrependido.
Constantemente quero e busco a ajuda do Jesus vitorioso e, para espanto geral de todos, Ele sabe que somos assim (interesseiros). A grande sacada do criminoso que creu foi fazê-lo (buscar) quando ninguém faria. Ele acreditou num Jesus com fome, com sede, todo ensangüentado, crucificado, humilhado, num Jesus que estava morrendo e que era opróbrio de todos, num Jesus que não conseguia salvar a si mesmo (quanto mais aos outros). A fé daquele malfeitor foi enorme, e daí a razão da sua salvação! É o que eu escrevi anteriormente: o religioso fica revoltado (e o que se diz e se mostra incrédulo mais ainda) quando apresentamos a idéia de que um homem que não cumpriu rituais e não teve uma vida “certinha” recebeu a glória de Deus.
Ocorre que, por exemplo, enquanto o mundo nos ensina que devemos fazer caridade para alcançarmos a salvação da nossa alma, a Bíblia nos mostra categoricamente o contrário: as boas obras são conseqüência da salvação, e não a causa. E podemos sim alcançar a vida eterna sem ter dado uma esmola, sem ter ido uma só vez à igreja, e sem sequer saber orar. Isto porque para Deus nada é impossível.
Veja como o texto é claro:
Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
Romanos 10:9
São duas atitudes: se render a Jesus como nosso dono (Senhor significa dono, proprietário) e crer com todas as nossas forças que Ele ressuscitou. Agora, é claro que nós outros que ouvimos a palavra de Deus e compreendemos o Seu propósito para nossas vidas não devemos e não podemos abusar, deixando para depois as boas obras e achando que vamos ter a mesma chance do ladrão em questão. Negativo. A hora é agora e devemos aproveitar todas as oportunidades para fazermos a vontade do nosso Deus, servindo-o e divulgando a sua mensagem.
Que Jesus seja o seu Dono e, assim como Ele venceu a morte, você seja resgatado por Ele e tenha a sua vida transformada. É o que desejo do fundo do meu coração.
Jesus abençoe.
“Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria; mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios;”
I Corintios 1:22,23
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A Ìndia que poucos conhecem
Com Deus não se brinca
Princesa ou Quitéria ?
José Jantália
No império, muitas e muitas pessoas defendiam ardentemente que a abolição da escravatura seria um desastre para o Brasil, afirmando que a economia sofreria um colapso, que a produção nas fazendas seria paralisada, que não haveria como substituir a mão de obra escrava, que os negros eram a base da economia colonial e imperial, que as tentativas de libertação destes sempre terminavam em carnificinas, enfim, que o mundo iria acabar se os escravos fossem libertos. Para boa (boa?) parte da sociedade da época tudo deveria ficar como está.
Incrível:
tal posição era defendida também por parte da imprensa daquele período.
É verdade que havia quem combatia Rui Barbosa, José do Patrocínio, Antônio Bento, André Rebouças, a própria princesa e outros heróis abolicionistas porque realmente acreditava que esta atitude era a sensata, a correta, a coerente. E, claro, havia também quem lutava contra a abolição porque era mesmo escravista de corpo, de alma e, na maioria das vezes, de bolso. Os conservadores eram contra a libertação dos escravos.
Voltando à atualidade, graças às denúncias de pessoas corajosas e comprometidas com a causa animal e com a verdade o serviço municipal de esterilização de animais domésticos (acabei de batizar o programa...) foi aprimorado. Ainda não é o ideal (mui longe disto), mas uma série de apontamentos foram levados em conta na realização dos mutirões. A bagunça (que sempre favorece quem age com má intenção), ao que tudo indica acabou, ou foi minimizada a patamares suportáveis.
É exatamente o oposto do que alguns afirmam:
os animais saíram ganhando, dentro desta patética realidade.
A afirmação constante por parte de algumas pessoas de que as castrações são prejudicadas quando há denuncias esboçam uma débil tentativa de, pela repetição, transformar uma mentira em verdade. E também de inibir, por mero apelo emocional, o ato dos munícipes em reclamarem quando não são bem atendidos num serviço pago com dinheiro da Prefeitura, ou seja, pago pela população. Foi muito útil aos animais o depoimento da Profa. Sônia Dintof na CPI da COVISA, e estou convicto que o mesmo surtirá o efeito corretivo e saneador desejado. Segundo alguns “conselhos” o certo seria que ela e outros moradores de São Paulo se calassem diante do que viram e vivenciaram.
ONG nenhuma está acima do bem e do mal. Já falei isto.
Se possível nos fosse retroceder no tempo e se voltássemos ao império de Pedro II, a Prof. Sônia Dintof certamente estaria ao lado da Princesa Isabel, ou de Zumbi e de outros compatriotas, lutando com heroicidade pela justiça e pela fim da escravidão. Outras figurinhas, todavia, seriam companheiras daquela personagem concomitantemente religiosa e escravocrata do Romance Os Mulatos. Explicando melhor: uns estão mais para Princesa Isabel...outras para Quitéria (não lembro o sobrenome). E a história vai sendo escrita, doa a quem doer.
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Pelo fim dos Rodeios
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