Voltar ao Índice de Notícias Repito: às vezes estar certo é um ato solitário
25/09/2012
August Landmesser, em 1936, recusou-se a fazer a saudação a Hitler.
Hoje parece uma coisa simples, mas naquele época uma atitude dessa custava a vida do cidadão... Na foto dezenas de pessoas fazem o cumprimento nazista enquanto um homem permanece de braços cruzados, com o olhar voltado para alguns companheiros.
O registro foi feito no porto de Hamburgo em 1936, em plena era nazista. Dezenas de pessoas estavam reunidas para assistir ao lançamento de um navio militar. Mas somente em 1991 o desafiador homem foi identificado.
Após ver a foto em um jornal alemão, uma de suas filhas o reconheceu. Só então August Landmesser, que trabalhava no estaleiro de Hamburgo, teve sua história revelada. Apesar de ter ingressado no Partido Nazista em 1931, ele foi expulso em 1935, por se casar com uma judia chamada Irma Eckler. Com ela, teve duas filhas e por isso foi preso, acusado de “desonrar a raça” ariana. Em 1941, foi libertado e enviado à guerra. Porém, logo depois de partir para a batalha, foi dado como desaparecido em combate e declarado morto.
Acredita-se que Irma foi presa pela Gestapo, a polícia secreta nazista, e levada para a prisão de Hamburgo. Ingrid, uma de suas filhas, foi morar com a avó materna, enquanto sua irmã Irene foi enviada a um orfanato e posteriormente adotada.
Em 1996, Irene escreveu um livro contando a história de sua família. A foto se tornou um hit após ser publicada na página do Facebook Senri No Michi, um blog criado após o terremoto e o tsunami de 2011 do Japão para divulgar iniciativas de caridade. A imagem foi postada no dia 4 de fevereiro, com o título “Gente comum. A coragem de dizer não” é uma pequena explicação sobre sua história. Já foi curtida mais de 83 mil vezes e compartilhada por 30 mil pessoas.