É fácil falarmos que temos fé em Jesus ou na obra do Espírito Santo quando estamos recebendo na nossa vida bênçãos e mais bênçãos de Deus. Temos casa para morar, nossa família está em paz, temos ou tivemos oportunidade de estudar, esbanjamos saúde, possuímos bens materiais que nos possibilitam manter um bom padrão de vida com boas roupas, boa comida, volta e meia uma viagem, algum lazer. E aí, dentro desta redoma, manifestamos a nossa fé no nosso Senhor.
Nunca tive e acho que nunca vou ter a fé do bom ladrão que estava no calvário, aquele mesmo que creu num Jesus ensangüentado, num Jesus que gemia de dor, ou seja, num Jesus aparentemente derrotado e prestes a morrer.
O comportamento do (digamos) bom ladrão foi fantástico, tão maravilhoso que o religioso de hoje não o aceita e, à revelia do que está claríssimo na palavra de Deus, repudia a salvação dada ao malfeitor diretamente pelo nosso Senhor. O incrédulo também contesta esta palavra. É isso: aquele que periodicamente vai a uma cerimônia religiosa, aquele que após sua repetitiva liturgia semanal procura se confraternizar com seus iguais (via de regra com alguma comida e conversa amistosa), aquele que segue algum ritual que lhe ensinaram como caminho de aproximação com o Criador ou com supostas forças do bem ou energias, ou aquele que se anuncia como “de bem com Deus”, ou mesmo aquele que diz que não crê em nada, estes mesmos são os que mais rechaçam a graça ofertada ao criminoso que se arrependeu.
Numa situação de extremo perigo e tensão aquele malfeitor que estava sendo castigado pelos horríveis delitos que havia cometido, publicamente tomou três atitudes, todas num momento em que tudo apontava para a vitória do mundo sobre Jesus.
Primeiro, ele repreendeu seu companheiro de crimes e pena alertando que eles estavam sendo condenados juntamente com Deus, pois quando ele usou a expressão “igual sentença”, este igual se referiu a Deus, ou seja, igual sentença àquela determinada pelos homens a Deus:
“...Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença?”
(Lucas 23:40)
Esta frase foi determinante na salvação deste homem, pois ele reconheceu a divindade do Senhor Jesus e, repito, o fez num momento em que eu, por exemplo, certamente iria fraquejar e talvez até blasfemar (como fez o outro bandido).
Em segundo lugar, ele se arrependeu:
“Nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem...”
(Lucas 23:41)
Em terceiro lugar, chamando o Senhor de Rei (pois quem tem reino é rei), clamou com humildade pela salvação:
“...Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino.”
(Lucas 23:42)
Assim, apesar de toda a sua vida pregressa, o ladrão arrependido e confesso manifestou a sua fé de forma correta e no momento certo, e recebeu a salvação:
“Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.”
(Lucas 23:43)
Os ateus ficam perplexos quando afirmamos que este ladrão foi absolvido sem julgamento. E os religiosos, estes mesmos que vemos por aí se mostrando piedosos e praticantes dos mais variados rituais, não aceitam que alguém que não foi à igreja, alguém que não entrou em contato com as tais forças do universo, alguém que só fez o mal seja elevado aos céus, em detrimento àquele que se considera dentro dos moldes de uma pessoa “espiritualizada” (para usarmos está expressão que está tão na moda...). Rebeldes ao verdadeiro ensinamento, se esquecem de que a palavra de Deus é clara quando nos ensina que nenhum de nós merece o perdão eterno, e que ele nos é dado como dádiva de Deus, de graça, pela misericórdia do Senhor Jesus mediante o nosso arrependimento.
Não comer isto ou aquilo em tal data, seguir preceitos e conceitos das religiões, praticar atos que passam a idéia aos outros de que uma pessoa é modelo de comportamento para a sociedade, e qualquer outra atitude humana não nos traz a salvação. Só o arrependimento sincero nos faz tomar a correta manifestação de fé, e aí Deus nos resgata deste caos para sempre. Desejo a todos uma Santa Sexta-Feira e uma excelente Páscoa.
Jesus abençoe.
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.
(Efésios 2:8,9)